O efeito tóxico do contacto com a lagarta-do-pinheiro causa inchaço, irritação e, por vezes, dificuldades respiratórias. Saiba o que fazer em caso de reação alérgica.
Também conhecida como processionária, a lagarta-do-pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Schiff) é um inseto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal. O nome deriva do facto de se deslocar em fila, formando longas procissões de lagartas quando passam das árvores para o solo, para se enterrarem e crisalidar (passar de lagarta a borboleta).
O ciclo de vida da lagarta do pinheiro tem duas fases: a fase adulta, que é aérea, formada pelos ovos e lagartas e a fase de pupa, que é subterrânea.
Dependendo de vários fatores, como as condições climáticas, é geralmente entre janeiro e abril que as lagartas descem dos pinheiros. Nesta deslocação, vão libertando pelos urticantes que, em contacto com a pele, mucosas e olhos são responsáveis por alergias em pessoas e animais.
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento desta praga, sobretudo devido às condições climáticas. Em ambiente urbano, a lagarta-do-pinheiro exige vigilância constante e um combate urgente e atempado para evitar riscos para a saúde pública.
A presença da lagarta-do-pinheiro é fácil de ver nas árvores. Entre julho e novembro, observam-se tufos de agulhas avermelhadas, ligadas por fios sedosos, nos ramos expostos ao sol. Os ninhos grandes, em forma de bolsões, constituídos por fios brancos e sedosos, na ponta dos ramos expostos ao sol, aparecem a partir do outono.
Caso as encontre no espaço público das áreas urbanas, afaste-se e entre em contacto as autoridades, como a Proteção Civil, a câmara municipal da localidade ou os serviços regionais do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). A solução para combater a praga da lagarta-do-pinheiro passa por medidas de controlo do inseto e nunca por abater as árvores infestadas.
O efeito tóxico do contacto com a lagarta-do-pinheiro causa inchaço, irritação e, por vezes, dificuldades respiratórias. Saiba o que fazer em caso de reação alérgica.
O contacto com os pelos urticantes da lagarta pode originar uma reação alérgica que varia consoante a sensibilidade da pessoa e a intensidade da exposição aos pelos.
As irritações cutâneas são um dos tipos de reações (reação urticariforme), em que há irritação cutânea com comichão, ardor, pele vermelha e inchaço. As lesões cutâneas têm características maculopapulares (manchas bem circunscritas) e podem ser acompanhadas de vesículas.
A irritação ocular é muito semelhante a uma conjuntivite, com os olhos avermelhados, comichão e inchaço.
A inalação dos pelos pode desencadear tosse e dificuldades respiratórias de gravidade variável.
Os sintomas podem surgir alguns minutos ou horas depois do contacto e persistir por várias horas ou dias.
O tratamento depende da intensidade dos sintomas, mas pode incluir:
- lavar a pele ou os olhos com água corrente;
- remover pelos urticantes que possam ter ficado na pele (pode usar um adesivo, por exemplo);
- mudar de roupa e lavá-la a altas temperaturas (iguais ou superiores a 60ºC);
- aplicar, no local da reação alérgica, uma pomada à base de corticoides;
- tomar um anti-histamínico.
No caso de contacto por via ocular, recomenda-se a observação por um oftalmologista. Se a reação alérgica for mais intensa, deve dirigir-se ao serviço de urgência de um hospital para observação.
Se necessário, ligue 112. Pode, ainda, contactar o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250.
Os animais também são sensíveis ao contacto com as lagartas. Recorra a um médico veterinário, sobretudo no caso de cães e gatos.
Fonte: DECO