Eis a curiosa biodiversidade do rio Vez

Escorpiões, salamandras e rãs compõe parte da biodiversidade que “salta à vista” durante uma incursão noturna pelas margens e curso de água do rio Vez, em Arcos de Valdevez. No último Dia de Ação Comum pela Natureza, em 22 de outubro, a organização não-governamental Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural levou a cabo um passeio noturno em Arcos de Valdevez para assinalar esta data marcada pela Carta de Famalicão.

Apesar do mau tempo que se fez sentir, o grupo reuniu cinco participantes e seguiu por um percurso interpretativo de biodiversidade ao longo da Ecovia do Vez, acompanhados por biólogos da organização. No seu portal, a Palombar indica que durante a caminhada, e com um abrandar da chuva, foi possível observar “várias espécies de anfíbios e de macroinvertebrados aquáticos, como tritão-marmorado (Triturus marmoratus), rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi) e escorpião-de-água (Nepa cinerea), e adquirir conhecimentos sobre a sua biologia e ecologia”.

rio Vez
Foto: José Gonçalves

Por entre as espécies registadas, a organização destaca o escorpião-de-água: “Este é um escorpião que não faz mal a ninguém. Apesar do nome, é inofensivo. Na verdade, trata-se de um hemíptero, onde se incluem, por exemplo, os percevejos; ao contrário dos verdadeiros escorpiões (lacraus), que são aracnídeos. Não possui veneno e alimenta-se sobretudo de larvas de mosquitos e outros invertebrados aquáticos, mas também de girinos e pequenos peixes, que captura com as suas fortes patas anteriores. Apesar de ter asas completas, raramente voa. Também não é um grande nadador, por isso, habitualmente, fica imóvel à espera de apanhar as suas presas”.

Escorpião-de-água
Escorpião-de-água (Nepa cinerea). Foto José Pereira
Macho de tritão-marmorado
Macho de tritão-marmorado (Triturus marmoratus). Foto: António Borges
Salamandra-de-pintas-amarelas
Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra). Foto: José Pereira

Considerado um dos rios menos poluídos de Portugal, o Vez nasce na Serra do Soajo, em pleno coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a cerca de 1.300 metros de altitude, desaguando no rio Lima.

Segundo a Palombar, ao longo deste curso de água “a biodiversidade à sua volta é rica e abundante”, considerando que “este é um santuário para a fauna que dele depende – não só depende -, como também contribui para o seu equilíbrio, através dos serviços de ecossistemas que assegura, como controlo de pragas, promoção da qualidade da água, fluxo de energia da cadeia alimentar, entre outros”.

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Fonte: O MINHO

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